Lan houses - procura-se! Mas tem que ser assim...

Quando um serviço torna-se popular, logo pessoas que precisam de uma ocupação formal ou, de preferência, informal, procuram oferecê-lo aos que estão mais próximos, ou como dizem os sociólogos de plantão, à sua comunidade. É assim com marmitex, com cabeleireiro, jardineiro, pintor, e é assim com a Internet. O povo quer navegar e as lan houses chegaram pra isso: permitir que o povo navegue, conheça as maravilhas do mundo online (e as coisas não tão maravilhosas assim).

Esta lan house acima, na abertura do post, por exemplo, é de Bacabal, no Maranhão. Encontrei a foto na internet, através de dois blogs (Copia Meu Filho e Buteco da Net). Os dois blogs brincam com o que é anunciado na fachada da lan: SCANEARÇÃO de fotos. Mas ela tá lá, pronta para oferecer seus serviços digitais para uma tuma que jamais saberia o que é a Internet se não fosse a lan Triv@Net muita gente estaria offline pra valer.

Esta lan house aqui fica em Inhapi, Alagoas. É uma lan house comque chama Speed, mas que tem speed não tem nada. O acesso é em linha discada... isso mesmo, lembra da linha discada? E agora, a notícia publicada em 2007 no site Inhapi Informes que reproduzo completinha, até com alguns "pequenos erros": No sertão é novidade uma Lan Hause, ou seja, casa de internet, tem até pessoas que não sabem para que serve, em Inhapi a Lan montada por Josivaldo Vieira é a atração dos jovens. Apesar da demora para entrar no orkut, msn e até mesmo em sites é motivado por não ter acesso banda larga, o jeito é apelar para a discada. “Apesar da demora, mais a ansiedade é maior para ver meus comentários no orkut”, disse lidriano Silva. No final de semana as cadeiras não sobram nem uma, a cidade não disponibiliza de nem um tipo de diversão, após a missa a diversão dos jovens está garantida na Lan House. O jogo mais procurado pela garotada é Countre Strike. Reportagem/Wadson Correia.

Lição que fica dos pioneiros digitais de Inhapi - para promover a inclusão digital, vale tudo, inclusive linha discada. E você aí, reclamando da velocidade do seu Speedy!!!

Esta lan house aqui fica em Bauru - minha cidade. É uma das dezenas que estão na periferia, principalmente!

Lan Houses - as latinhas de alumínio da Internet Brasileira!!!

A partir deste post começo um projeto diferente, o de fotografar lan houses pelo nosso Brasilzão. Não sei se alguém já teve idéia deste projeto, nem procurei pelo tio Google se outro cara foi atrás de documentar isso. Vou fazer então no escuro mesmo.

E faço isso porque acredito muito numa realidade: se há alguém neste país que está contribuindo pra valer com a Inclusão Digital são os donos dessas lan houses. A gente vê propagandinha do governo, Ongs, etc, prometendo promover a inclusão de um monte de gente de Norte a Sul do Brasil, mas eu desconfio de todos.

Primeiro porque Ong neste País virou piada - tem uma em cada esquina e que só sabe viver às custas do próprio Governo. Aliás, inauguramos uma nova modalidade de sacanagem - as Organizações Não-Governamentais mantidas pelo Governo. Piada, piada suja!

Segundo porque os programas governamentais tem tudo para deixar um rastro de incompetência pelo caminho, saindo mais caro do que deveria. Por fim, porque só mesmo a sociedade se mobilizando, encontrando meios de vida e de sobrevivência mesmo é que as coisas acabam virando.

Vejam a reciclagem do alumínio. Por que nosso País é o campeão mundial de reciclagem de latinhas? Porque gente do nosso povo precisa dessa atividade como renda, como complemento dos ganhos e, por esse mesmo motivo, de mão em mão, essas pessoas formaram uma rede informal monstruosa que faz com que a latinha saia da mão de um para o outro até chegar ao ponto máximo: a reciclagem numa empresa que fatura muito. Mas que, ao faturar, gera uma trilha de ganhos para profissionais das latinhas de várias hierarquias.

No mundo digital, a mesma lógica das latinhas de cerveja e refrigerante é cumprida pelas lan houses e seus proprietários - gente simples, que precisa de um negócio para sobreviver e que acredita que o País está cheio de pessoas querendo ter enviar um e-mail, navegar por um site de esporte, mas principalmente, ter uma página no Orkut - desejo de muito jovem ao entrar no nosso mundo conectado. É isso!!!

Quando eu era pequeno...
E faz muito tempo, eu desenhava com lápis, canetinhas Silvapen, Bic ponta porosa (dura muito a Bic ponta porosa... lalalá), e fazia desenhos ridículos, mas fazia. Bom, o papo não é bem esse. É como algumas poucas gerações depois tudo muda. Minha filha Gigi, de 10 anos, ao invés de usar a canetinha, o lápis, o papel, usa o PC, o mouse, o Photoshop e uma pancada de softwares fáceis e baratinhos para brincar. Alguns já vem com a própria webcam, como é o caso da foto aqui que ela fez no Macbook da amiga, brincando, curtindo... Sacanagem isso... a gente fica uns 20 aninhos curtindo, fazendo filhos, estudando, trabalhando e o mundo muda tanto que a gente nem percebe. É só um momento reflexivo e saudosista! Tchau!

COMO ASSIM, NÃO TÃO FELIZ???
Quando uma febre começa, outras vêm atrás rapidamente, na Internet. O Twitter tá lá, bufando de gente pelo mundo. E o pessoal das "ferramentas paralelas" tem uma criatividade incrível. Já pensou em deixar um site dizer se você está feliz ou não. Pois é, para o povo do Twitter tem um, o Happy Tweets. Você digita seu nome de usuário, ele faz algum tipo de consulta (com o Além, deve ser...) e dá um score que diz se você está muito ou pouco feliz... Até agora, não entendi muito. Mas se quiser tentar entender, vá lá e depois me conte!